quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

ROTINA

Do grande número de livros e vídeos sobre casamento que tenho visto e lido durante estes quase 40 anos de caminhada cristã aparece sempre um elemento que é considerado quase que o maior culpado pelo fim de casamentos: A ROTINA.
A rotina é pintada como o terror dos casamentos, isto me levou a pensar e refletir muito sobre o assunto e, claro, a ter longas conversas com o Espírito Santo, daí que resolvi compartilhar com vocês.
O ser humano foi sempre inquieto, considerando o relato de Gênesis, vemos Eva, que vivia num paraíso, com tudo o que necessitava para viver e não apenas sobreviver, muito bem. Tinha paz, total ausência de conflitos, paz com seu semelhante, com os animais, ausência de fenômenos naturais como tempestades, enchentes, terremotos, maremotos, etc., entretanto, estava inquieta, a paz e o sossego lhe inquietaram e ela saiu a procura de alguma coisa que lhe fosse interessante, e, como diz o ditado: "quem procura, acha". Todos conhecemos o final da história.
Apesar de, por influência de crenças pagãs se propagar que Eva comera uma maçã, ou outro fruto qualquer, sabemos pelo texto que ela comeu "da árvore do conhecimento do bem e do mal" e o que experimentaram condiz com o que Deus lhes havia dito: "Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. 7  Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si." Desde então a paz se afastou da natureza humana e a busca por conhecimento tomou o centro de sua existência.
Salomão, aquele rei que é considerado o mais sábio nos diz: "16  Disse comigo: eis que me engrandeci e sobrepujei em sabedoria a todos os que antes de mim existiram em Jerusalém; com efeito, o meu coração tem tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento.17  Apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a saber o que é loucura e o que é estultícia; e vim a saber que também isto é correr atrás do vento.18  Porque na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência aumenta tristeza." Então, o meio de quebrar a rotina é a novidade, novos conhecimentos, novas sensações, novos prazeres, este tem sido o mote, o apelo de muitas religiões, "Deus vai escrever uma nova história". Este assunto pra outra ocasião, porém, o sentimento que norteia os casamentos do nosso tempo se assenta nestes mesmos pilares, não basta ser marido, tem que ser ator, dançarino, criativo, um verdadeiro showman,
Será que a rotina é realmente má? Será que a rotina é realmente destrutiva? Seria a rotina a causadora de tanto mal aos casamentos? Vamos pensar.
Considerando que a maioria de nossas invenções e até mesmo de nossos sistemas de prevenção de fenômenos como previsão do tempo, alarmes em situações de risco como tufões, terremotos, etc. só são possíveis por observação de ciclos então podemos começar a olhar em outra direção: o uso da rotina em nosso próprio benefício. Se compreendemos as rotinas podemos propor mudanças, pensar novos rumos tendo como base a repetição de fenômenos. Então a rotina no casamento pode ser muito útil e não ruim como se propaga. O problema com a rotina não é factual é psicológico. Na maioria das vezes é resultado de um amor, se é que podemos chamar de amor certos sentimentos, demasiadamente rasos pra se adequar a uma rotina ou fruto desta inquietação humana por não reconhecer ou aceitar que Deus esteja no controle.
Vejo muita gente dizendo e escrevendo sobre Deus estar no controle, mas vejo estas mesmas pessoas se recusando a aceitar o controle de Deus sobre todas as coisas, inclusive e principalmente sobre suas vidas. É tão evidente que buscam através de práticas religiosas obter de Deus uma nova história. Rejeitam textos extensos como estes de Paulo: "1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus, 2  graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, 4  assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5  nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6  para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, 7  no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, 8  que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, 9  desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, 10  de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra; 11  nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, 12  a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo;
13  em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; 14  o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória." . O texto é claro, mas não gostamos dele, ele afirma que o que eu vivo não é nem nunca será uma nova história mas que é uma história que já estava escrita antes da fundação do mundo e que Deus e não eu escreveu e determinou para que eu vivesse. A recusa em aceitar que Deus é quem conduz minha história e que nenhum gesto meu está livre de sua ação poderosa me inquieta, então uso argumentos como: "senta pra ver se não vai morrer de fome", "quer dizer que eu posso fazer o que quiser e não vou pro inferno?", "então eu vou aproveitar a vida já que estou salvo". Tudo isso é sinal de um coração rebelde e arrogante que não consegue aceitar que " O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal. Provérbios 16:4, e está indisposição de aceitar não muda os desígnios de Deus apenas me faz sofrer em busca de novidades e me predispõe a sofrer nos meus relacionamentos.
Quem entende e aceita o cuidado de Deus: quem crê que Ele dirige nossa história nos mínimos detalhes pode viver muito melhor. Este sim é como os montes de Sião que não se abalam, porque está seguro na certeza de que Deus está no comando. As rotinas que Ele estabelece é para nosso bem, para que vivamos em paz e possamos descansar em Sua boa, agradável e perfeita vontade. Enquanto não nos rendemos a Ele incondicionalmente nosso coração não saberá o que seja a paz do Senhor, isto continuará sendo pra nós apenas uma saudação religiosa. Que a paz de Deus que excede todo entendimento guarde nossas mentes e corações em Cristo. Que Deus nos abençoe!

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