domingo, 14 de novembro de 2010

NA PRESENÇA DE DEUS

As sementes do paganismo são fortes entre aqueles que se denominam cristãos. Desde que Constantino se declarou convertido ao cristianismo, obviamente para consiolidar, ainda que por apenas um pouco mais de tempo o poder do Império Romano, o paganismo se introduziu com grande poder no "cristianismo". Basta um estudo, ainda que superficial sobre a decadência do Império Romano no período histórico de constantino para perceber que sem o "cristianismo" este império teria se desintegrado ali mesmo. Então, por conveniência, se tornou cristão. Vou transcrever aqui um texto da wikipédia, Vejamos: 
O fato de Constantino ser um imperador de legitimidade duvidosa foi algo que sempre influiu nas suas preocupações religiosas e ideológicas: enquanto esteve diretamente ligado a Maximiano, ele apresentou-se como o protegido de Hércules, deus que havia sido apresentado como padroeiro de Maximiano na primeira Tetrarquia; ao romper com seu sogro e eliminá-lo, Constantino passou a colocar-se sob a proteção da divindade padroeira dos imperadores-soldados do século anterior, Deus Sol Invicto, ao mesmo tempo que fez circular uma ficção genealógica (um panegírico da época, para disfarçar a óbvia invenção, falava, dirigindo-se retoricamente ao próprio Constantino, que se tratava de fato "ignorado pela multidão, mas perfeitamente conhecido pelos que te amam") pala qual ele seria o descendente do imperador Cláudio II - ou Cláudio Gótico - conhecido pelas suas grandes vitórias militares, por haver restabelecido a disciplina no exército romano, e por ter estimulado o culto ao Sol.[7]
Constantino acabou, no entanto, por entrar na História como primeiro imperador romano a professar o cristianismo, na seqüência da sua vitória sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio, em 28 de outubro de 312, perto de Roma, que ele mais tarde atribuiu ao Deus cristão. Segundo a tradição, na noite anterior à batalha sonhou com uma cruz, e nela estava escrito em latim:
Cquote1.svg In hoc signo vinces Cquote2.svg
"Sob este símbolo vencerás"
De manhã, um pouco antes da batalha, mandou que pintassem uma cruz nos escudos dos soldados e conseguiu um vitória esmagadora sobre o inimigo. Esta narrativa tradicional não é hoje considerada um fato histórico, tratando-se antes da fusão de duas narrativas de fatos diversos encontrados na biografia de Constantino pelo bispo Eusébio de Cesaréia.
No entanto, é certo que Constantino era atraído, enquanto homem de estado, pela religiosidade e pelas práticas piedosas - ainda que se tratasse da piedade ritual do paganismo: o Senado Romano, ao erguer em honra a Constantino o seu arco do triunfo, o Arco de Constantino, fez inscrever sobre este que sua vitória devia-se à "inspiração da Divindade"(instinctu divinitatis mentis), o que certamente ia de encontro às idéias do próprio imperador. Até um período muito tardio de seu reinado, no entanto, Constantino não abandonou claramente sua adoração com relação ao deus imperial Sol, que manteve como símbolo principal em suas moedas até 315.

Cristograma de Constantino
Só após 317 é que ele passou a adotar clara e principalmente lemas e símbolos cristãos,[8] como o "chi-rô", emblema que combinava as duas primeiras letras gregas do nome de Cristo ("X" e "P" superpostos). No entanto, já quando da sua entrada solene em Roma em 312, Constantino recusou-se a subir ao Capitólio para oferecer culto a Júpiter, atitude que repetiria nas suas duas outras visitas solenes à antiga capital para a comemoração dos jubileus do seu reinado, em 315 e 326.[9]
A sua adoção do cristianismo pode também ser resultado de influência familiar. Helena, com grande probabilidade, havia nascido cristã e demonstrou grande piedade no fim da sua vida, quando realizou uma peregrinação à Terra Santa, localizou em Jerusalem uma cruz que foi tida como a Vera Cruz e ordenou a construção da Igreja do Santo Sepulcro, substituindo o templo a Afrodite que havia sido instalado no local - tido como o do sepultamento de Cristo - pelo imperador Adriano.
Mas apesar de seu batismo, há dúvidas se realmente ele se tornou cristão. A Enciclopédia Católica diz: "Constantino favoreceu de modo igual ambas as religiões. Como sumo pontífice ele velou pela adoração pagã e protegeu seus direitos." E a Enciclopédia Hídria observa: "Constantino nunca se tornou cristão". No dia anterior ao da sua morte, Constantino fizera um sacrifício a Zeus, e até o último dia usou o título pagão de Sumo Pontífice. E, de fato, Constantino, até o dia da sua morte, não havendo sido batizado, não participou de qualquer ato litúrgico, como a missa ou a eucaristia. No entanto, era uma prática comum na época retardar o batismo, que era suposto oferecer a absolvição a todos os pecados anteriores - e Constantino, por força do seu ofício de imperador, pode ter percebido que suas oportunidades de pecar eram grandes e não desejou "desperdiçar" a eficácia absolutória do batismo antes de haver chegado ao fim da vida.[10]
Qualquer que tenha sido a fé individual de Constantino, o fato é que ele educou seus filhos no cristianismo, associou a sua dinastia a esta religião, e deu-lhe uma presença institucional no Estado romano (a partir de Constantino, o tribunal do bispo local, a episcopalis audientia, podia ser escolhida pelas partes de um processo como tribunal arbitral em lugar do tribunal da cidade[11]). E quanto às suas profissões de fé pública, num édito do início de seu reinado, em que garantia liberdade religiosa, ele tratava os pagãos com desdém, declarando que lhes era concedido celebrar "os ritos de uma velha superstição".[12]
Esta clara associação da casa imperial ao Cristianismo criou uma situação equívoca, já que o cristianismo tornou-se a religião "pessoal" dos imperadores, que, no entanto, ainda deveriam regular o exercício do paganismo - o que, para um cristão, significava transigir com a idolatria. O paganismo retinha ainda grande força política - especialmente entre as elites educadas do Ocidente do Império - situação que só seria resolvida por um imperador posterior, Graciano, que renunciaria ao cargo de Sumo Pontífice em 379 - sendo assassinado quatro anos depois por um usurpador, Máximo. Somente após a eliminação de Máximo e de outro usurpador pagão, Eugênio, por Teodósio I é que o cristianismo tornar-se-ia a única religião legal (395).
O imperador romano Constantino influenciou em grande parte na inclusão na igreja cristã de dogmas baseados em tradições. Uma das mais conhecidas foi o Édito de Constantino, promulgado em 321, que determinou oficialmente o domingo como dia de repouso, com exceção dos lavradores- medida tomada por Constantino utlizando-se da sua prerrogativa de, como Sumo Pontífice, de fixar o calendário das festas religiosas, dos dias fastos e nefastos (o trabalho sendo proibido durantes estes últimos).[13] Note-se que o domingo foi escolhido como dia de repouso, não apenas em função da tradição sabática judaico-cristã, como também por ser o "dia do Sol" - uma reminiscência do culto de Sol Invictus.
Apesar de ser um texto longo, julgo-o um tanto esclarecedor. Gostaria que você leitor, com paciência tivesse o carinho de le-lo todo com bastante atenção. Há muito o que refletir aqui.
O que gostaria de ressaltar quanto ao que afirmei no título é que, de acordo com as crenças pagãs antigas, ou como se pronuncia entre os adeptos do paganismo moderno, a fé dos antigos ou a fé antiga, é que somente pessoas especiais, iniciadas em conhecimentos desta fé, que se cerca de práticas que garantam uma vida pura podem se aproximar de Deus. Estes seres estão presentes nas idéias humanas a muito tempo, na verdade a milênios. Os gregos antigos os chamavam demiurgos, outros povos chamavam de feiticeiro, xamã, bruxo ou bruxa, médium, druída ou outro termo correlato. O fato é que para todas estas religiões pagãs há sempre um elemento que por suas práticas religiosas consegue manter uma relação privilegiada com a divindade.
Aquilo que chamamos de cristianismo hoje, lança mão dos mesmo recursos para conseguir o favor de Deus. A grande maioria acredita que é possível ao homem agradar a Deus com suas ações, mesmo que encontremos muitos textos na bíblia que afirmam o contrário, como podemos conferir: "Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta. (I Coríntios8.8)." "Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado,(Efésios1.6)." "Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. (I Pedro2.5)."
Percebemos por estes textos que não podemos fazer nada para agradar a Deus, ele nos tornou agradáveis a si no Amado, é através de Cristo que o homem pode agradar a Deus. Como já havia escrito o profeta Zacarias "E respondeu-me, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.(4.6)." Embora não fosse este o assunto naquele momento histórico é sempre assim, por que tudo o que nos aproxima de Deus só é possível pela graça de Deus. 
Jesus deixa isso mais claro durante sua jornada entre nós. Ele andou com os pecadores, comeu com eles, abençoou-os e usou como objeto quase que constante de suas mensagens. O pecador sabe que depende da graça de Deus, o "santo" julga-se merecedor da "graça", o que é um tremendo contrasenso. Se merecemos já não é graça. Deus se aproxima do homem pela graça, plena e absoluta graça. Quando o homem pensa que está agradando a Deus e pode então pedir, exigir, reivindicar, cobrar ou qualquer termo semelhante, ele age não como cristão, mas sim como um bruxo, feiticeiro ou druída. O cristão verdadeiro é aquele que sabe que é pecador e por sua miserável (Rm 3.9-18;7.14-25) condição resta apenas a humilde atitude de um dependente absoluto da graça maravilhosa de Deus. De seu perdão incondicional a cada passo, de seu amor inexplicável, de sua louca paixão por estas criaturas miseráveis e rebeldes. "Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.(5.5-7)." Quem tem ouvidos, ouça.

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